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domingo, 13 de janeiro de 2008

Um povo que difunde luz - Parte VII

Ardorosamente desvendava o missionário valdense as preciosas verdades do Evangelho ao espírito inquiridor. Citava com precaução as porções cuidadosamente copiadas da Sagrada Escritura. Era a sua máxima alegria infundir esperança à alma conscienciosa, ferida pelo pecado, e que tão somente podia ver um Deus de vingança, esperando para executar justiça. Com lábios trêmulos e olhos lacrimosos, muitas vezes com os joelhos curvados, expunham a seus irmãos as preciosas promessas que revelam a única esperança para o pecador. Assim a luz da verdade penetrava muita alma obscurecida, fazendo recuar a nuvem lúgubre até que o Sol da justiça resplandecesse no coração, trazendo saúde em seus raios. Dava-se amiúde de alguma porção das Escrituras ser lida várias vezes, desejando o ouvinte que fosse repetida, como se quisesse assegurar-se de que tinha ouvido bem. Em especial se desejava, de maneira ávida, a repetição destas palavras: “O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I João 7:07. “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. I João 3:14 e 15.

Muitos não se iludiam em relação às pretensões de Roma. Viam quão vã é a mediação de homem ou anjos em favor do pecador. Raiando-lhes na mente a verdadeira luz, exclamavam com regozijo: “Cristo é meu Sacerdote; Seu sangue é meu sacrifício; Seu altar é meu confessionário.” Confiavam-se inteiramente aos méritos de Jesus, repetindo as palavras: “Sem fé é impossível agradar-Lhe.” Hebreus 11:06. “Nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12.

A certeza do amor do Salvador parecia, a algumas d destas pobres almas agitadas pela tempestade, coisa por demais vasta para ser abrangida. Tão grande era o alívio que sentiam, tal a inundação de luz que lhes sobrevinha, que pareciam transportadas para o Céu. Punham confiantemente suas mãos na de Cristo; firmavam os pés sobre a Rocha dos séculos. Bania-se todo o temor da morte. Podiam agora ambicionar a prisão e a fogueira se desse modo honrassem o nome de seu Redentor.

Em lugares ocultos era a palavra de Deus apresentada e lida, algumas vezes a uma única alma, outras, a um pequeno grupo que anelava a luz e a verdade. Amiúde a noite toda era passada desta maneira. Tão grande era o assombro e a admiração dos ouvintes que o mensageiro da misericórdia freqüentemente se obrigado a cessar a leitura até que o entendimento pudesse apreender a boas novas da salvação. Era comum proferirem-se palavras como estas: “Aceitará Deus em verdade a minha oferta? Olhar-me-á benignamente? Perdoar-me-á Ele?” Lia-se a resposta: Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei.” Mateus 11:28.

A fé se apegava à promessa, ouvia-se a alegre resposta: “Nada mais de longas peregrinações; nada de penosas jornadas aos relicários sagrados. Posso ir a Jesus tal como estou, pecador e ímpio, e Ele não desprezará a oração de arrependimento. 'Perdoados te são os teus pecados.' Os meus pecados, efetivamente os meus, podem ser perdoados!”

Enchia o coração uma onda de sagrada alegria e o nome de Jesus era engrandecido em louvores e ações de graças. Estas almas felizes voltavam para casa a fim de difundir a luz, repetir aos outros tão bem quanto podiam, a nova experiência, de que acharam o caminho verdadeiro e vivo. Havia um estranho e solene poder nas palavras das Escrituras, que falava diretamente ao coração dos que se achavam anelantes pela verdade. Era a voz de Deus que levava a convicção aos que ouviam.

O mensageiro da verdade continuava o seu caminho; mas seu aspecto de humildade, sua sinceridade, ardor e profundo fervor eram assuntos de observação freqüente. Em muitos casos os ouvintes não perguntavam de onde viera e para onde ia. Ficavam tão dominados, a princípio pela surpresa e depois pela gratidão e alegria, que não pensavam em interrogá-lo. Quando insistiam com ele para os acompanhar a suas casas, respondia-lhes que deviam visitara as ovelhas perdidas do rebanho. Não seria ele um anjo do Céu? Indagavam.



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