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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Um povo que difunde luz - Parte II

Em terras que ficavam além da jurisdição de Roma, existiram por muitos séculos corporação de cristãos que permaneceram quase inteiramente livres da corrupção papal. Estavam rodeados de pagãos e, no transcorrer dos séculos, foram afetados por seus erros; mas continuaram a considerar a Escritura Sagrada como a única regra de fé, aceitando muito de suas verdades. Estes cristãos acreditavam na perpetuidade da lei de Deus e observavam o sábado do quarto mandamento. Igrejas que se mantinham nesta fé e prática, existiram na África Central e entre os armênios, na Ásia.

Mas dentre os que resistiram ao cerco cada vez mais apertado do poder papal, os valdenses ocuparam posição preeminente. A falsidade e corrupção papal encontraram a mais decidida resistência na própria terra em que o papa fixara a sede. Durante séculos as igrejas do Piemonte mantiveram-se independentes; mas afinal chegou o tempo em que Roma insistiu em submetê-las. Depois de lutas inúteis contra a tirania, os dirigentes destas igrejas reconheceram relutantemente a supremacia do poder que o mundo todo parecia render homenagem. Alguns houve, entretanto, que se recusaram ceder à autoridade do papa ou do prelado. Estavam decididos a manter sua fidelidade a Deus, e preservar a pureza e simplicidade de fé. Houve separação. Os que se apegaram a antiga fé, retiraram-se; alguns, abandonando os alpes nativos, alçaram a bandeira da verdade em terras estrangeiras; outros se retraíram para o vales afastados e fortalezas das montanhas, e ali preservaram a liberdade de culto a Deus.

A fé que durante muitos séculos fora mantida e ensinada pelos cristãos valdenses, estava em assinalado contraste com as falsas doutrinas que Roma apresentava. Sua crença religiosa baseava-se na Palavra escrita de Deus – o verdadeiro documento religioso do cristianismo. Mas aqueles humildes camponeses, em seu obscuro retiro, excluídos do mundo e presos à labuta diária entre seus rebanhos e vinhedos, não haviam por si sós chegado à verdade em oposição aos dogmas e heresias da igreja apóstata. A fé que professavam não era nova. Sua crença religiosa era a herança de seus pais. Lutavam pela fé da igreja apostólica – a “fé que uma vez foi dada aos santos.” Judas 3. “A igreja no deserto” e não a orgulhosa hierarquia entronizada na grande capital do mundo, era a verdadeira igreja de Cristo, a depositária dos tesouros da verdade que Deus confiara a seu povo para ser dada ao mundo.

Entre as principais causas que levaram a igreja verdadeira a separar-se de Roma, estava o ódio desta ao sábado bíblico. Conforme fora predito pela profecia, o poder papal lançou a verdade por terra. A lei de Deus foi conculcada no pó, enquanto se exaltavam as tradições e costumes dos homens. As igrejas que estavam sob o governo do papado, foram logo compelidas a honrar o domingo como dia santo. No meio do erro e superstição que prevaleciam, muitos, mesmo dentre o verdadeiro povo de Deus, ficaram tão desorientados que ao mesmo tempo em que observavam o sábado, abstinham-se do trabalho também no domingo. Isto, porém, não satisfazia aos chefes papais. Exigiam que não somente fosse santificado o domingo, mas que o sábado fosse profanado; e com a mais violenta linguagem denunciavam os ousavam honrá-lo. Era unicamente fugindo do poder de Roma que alguém em paz poderia obedecer a lei de Deus.

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