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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Um povo que difunde luz - Parte III

Os valdenses foram os primeiros dentre os povos da Europa a obter a tradução das Sagradas Escrituras. Centenas de anos antes da Reforma, possuíam a Bíblia em manuscrito língua na materna. Tinham a verdade incontaminada, e isto os tornava objeto especial do ódio e perseguição. Declaravam ser a igreja de Roma a Babilônia apóstata do Apocalipse, e como perigo de vida erguiam-se para resistir as suas corrupções. Opressos pela prolongada perseguição, alguns comprometeram a sua fé, cedendo pouco a pouco em seus princípios distintivos, enquanto outros sustentavam firme a verdade. Durante séculos de trevas e apostasia, houve alguns dentre os valdenses que negavam a supremacia de Roma, rejeitavam o culto às imagens como idolatria e guardavam o verdadeiro sábado. Sob as mais atrozes tempestades da oposição conservaram a fé. Acossados embora pela espada dos saboianos e queimados pela fogueira romana, mantiveram-se sem hesitação ao lado da Palavra de Deus e de Sua honra.

Por trás dos elevados baluartes das montanhas – em todos os tempos refúgio dos perseguidos e oprimidos – o valdenses encontraram esconderijo. Ali, conservou-se a luz da verdade a arder por entre as trevas da Idade Média. Ali, durante mil anos, testemunhas da verdade mantiveram a antiga fé.

Deus providenciara para o Seu povo um santuário de majestosa grandeza, de acordo com as extraordinárias verdades confiadas à sua guarda. Para os fiéis exilados eram as montanhas um emblema da imutável justiça de Jeová. Apontavam eles a seus filhos as alturas sobranceiras,em sua imutável majestade, e falava-lhes Daquele em Quem não mudança nem sombra de variação, cuja palavra é tão perdurável como os montes eternos. Deus estabelecera firmemente as montanhas e as cingira de fortaleza; braço algum, a não ser o Poder infinito, poderia movê-las do lugar. De igual modo estabelecera Ele a Sua lei – fundamento de Seu governo no Céu e na Terra. O braço do homem poderia atingir a seus semelhantes e destruir-lhes a vida; mas esse braço seria tão impotente para desarraigar as montanhas de seu fundamento e precipitá-las no mar como para mudar um preceito da lei de Jeová ou anular qualquer de suas promessas aos que Lhe fazem a vontade. Na fidelidade para com a Sua lei, os servos de Deus deviam ser tão firmes como os outeiros imutáveis.

As montanhas que cingiam os fundos vales eram testemunhas constantes do poder criador de Deus e afirmação infalível de seu cuidado protetor. Esses peregrinos aprenderam a amar os símbolos silenciosos da presença de Jeová. Não condescendiam com murmurações por causa das agruras da sorte; nunca se sentiam abandonados na solidão das montanhas. Agradeciam a Deus por haver-lhes provido refúgio da ira e crueldade dos homens. Regozijavam-se diante Dele na liberdade de prestar culto. Muitas vezes quando perseguidos pelos inimigos, a fortaleza das montanhas se provara ser defesa segura. De muitos rochedos elevados entoavam eles louvores a Deus e exércitos de Roma não podiam silenciar seus cânticos de ações de graças.

Pura, singela e fervorosa era a piedade desses seguidores de Cristo. Os princípios da verdade avaliavam-nos eles acima de casas e terras, amigos, parentes, e mesmo da própria vida. Semelhantes princípios ardorosamente procuravam eles gravar no coração dos jovens. Desde a mais tenra infância os jovens eram instruídos nas Escrituras e ensinava-se-lhes santos os requisitos da lei de Deus. Sendo raros os exemplares das Escrituras Sagradas eram suas preciosas palavras confiadas à memória. Muitos eram capazes de repetir longas porções tanto do Velho como do Novo Testamento. Os pensamentos de Deus associavam-se ao sublime cenário da Natureza e às humildes bênçãos da vida diária. Criancinhas aprendiam a olhar com gratidão a Deus como doador de toda a mercê e conforto.

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