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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Um povo que difunde luz - Parte V

Conquanto os valdenses considerassem o temor do Senhor como o princípio da sabedoria, não eram no tocante à importância do contato com o mundo, do conhecimento dos homens e da vida ativa, para expandir o espírito e avivar as percepções. De suas escolas nas montanhas alguns dos jovens foram enviados a instituições de ensino nas cidades da França ou Itália, onde havia campo mais vasto para o estudo, pensamento e observação, do que nos Alpes nativos. Os jovens assim enviados estavam mais expostos à tentação, testemunhavam o vício, defrontavam-se com os astuciosos agentes de Satanás, que lhes queriam impor as mais sutis heresias e os seus mais perigosos enganos. Mas sua educação desde a meninice fora de molde a prepará-los para tudo isto.

Nas escolas aonde iam, não deveriam fazer confidentes a quem quer que fosse. Suas vestes eram preparadas de maneira a ocultar seu máximo tesouro – os preciosos manuscritos das Escrituras. A estes, frutos de meses e anos de labuta, levavam consigo e, sempre que o podiam fazer sem despertar suspeita, cautelosamente punham uma porção ao alcance daqueles cujo coração parecia aberto para receber a verdade. Desde os joelhos da mãe a juventude valdense havia educada com este propósito em vista; compreendiam o trabalho e fielmente o executavam. Ganhavam-se conversos à verdadeira fé nessas instituições de ensino, freqüentemente se encontravam seus princípios a penetrar a escola toda; contudo os chefes papais não podiam pelo mais minucioso inquérito descobrir a fonte da chamada heresia corruptora.

O espírito de Cristo é espírito missionário. O primeiro impulso do coração regenerado é levar outros também ao Salvador. Tal foi o espírito dos cristãos valdenses. Compreendiam que Deus exigia mais deles do que simplesmente preservar a verdade em sua pureza, nas suas próprias igrejas; e que sobre eles repousava a solene responsabilidade de deixarem a sua luz resplandecer aos que se achavam em trevas. Pelo forte poder da palavra de Deus procuravam romper o cativeiro que Roma havia imposto.

Os ministros valdenses eram educados como missionários exigindo-se de cada um que tivesse a expectativa de entrar para o ministério, aquisição de experiência como evangelista. Cada um deveria servir por três anos em algum campo missionário antes de assumir o encargo de uma igreja em seu país. Este serviço, exigindo logo de começo renúncia e sacrifício, era introdução apropriada à vida pastoral naqueles tempos que punham à prova a alma. Os jovens que recebiam a missão para o sagrado mister, viam diante de si, não a perspectiva de riquezas e glória terrestre, mas uma vida de trabalhos e perigo, e possivelmente o destino de mártir. Os missionários iam de dois em dois, como Jesus enviara Seus discípulos. Cada jovem tinha usualmente por companhia um homem de idade e experiência, achando-se aquele sob a orientação do companheiro, que ficava responsável por seu ensino, e a cuja instrução se esperava que seguisse. Estes coobreiros não estavam sempre juntos, mas muitas vezes se reunião para orar e aconselhar-se, fortalecendo-se assim mutuamente na fé.

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