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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Introdução às abordagens do Livro. Parte I

Antes que o pecado entrasse no mundo, Adão gozava plena comunhão com o seu Criador. Desde porém que o homem se separou de Deus pela transgressão, a raça humana ficou privada desse alto privilégio. Pelo plano da redenção, entretanto, abriu-se um caminho pelo qual os habitantes da Terra podem ainda ter ligação com o Céu. Deus se tem comunicado com os homens mediante seu Espírito; e a luz divina tem sido comunicada ao mundo pelas revelações feitas a Seus servos escolhidos. "Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." II Pedro 1:21.
A Escritura Sagrada aponta a Deus como seu autor; no entanto, foi escrita por mãos humanas, e no variado estilo dos diferentes livros apresenta os característicos de seus diversos escritores. As verdades reveladas são dadas por revelação de Deus (II Timóteo 3:16); acham-se contudo expressas em palavras de homens. O Ser infinito, por meio do Seu Santo Espírito, derramou no entendimento e coração de Seus servos. Deu sonhos e visões símbolos e figuras; e aqueles a quem a verdade foi revelada, concretizaram os pensamentos em linguagem humana.
Os Dez Mandamentos foram pronunciados pelo próprio Deus, e por Sua própria mão foram escritos. São de redação divina e não humana. Mas, a Escritura Sagrada, com suas divinas verdades, expressa em linguagem de homens, apresenta uma união do divino com o humano. União semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de Deus e o Filho do Homem. Assim é verdade com relação à Escritura, como o foi em relação a Cristo, que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós." João 1:14.
Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa. "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." II Timóteo 3:16 e 17.
Todavia, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de sua palavra, não tornou necessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário o Espírito Santo foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos. E visto ter sido o Espírito de Deus que inspirou a Escritura Sagrada, é impossível que o ensino do Espírito seja contrário ao da Palavra.
O Espírito não foi dado - nem nunca poderia ser - a fim de sobrepor-Se à Escritura; pois esta declara ser ela mesma a norma pela qual todo ensino e experiência devem ser aferidos. Diz o apóstolo João: não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, por que já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" I João 4:1. E Isaías declara: "À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, não haverá manhã para eles" Isaías 8:20.
Em harmonia com a Palavra de Deus, deveria Seu Espírito continuar Sua obra durante todo o período da dispensação e evangélica. Durante os séculos em que as Escrituras do Velho Testamento bem como as do novo estavam sendo dadas, o Espírito Santos não cessou de comunicar luz a mentes individuais, independentemente das revelações a serem incorporadas no cânnon sagrado. A Bíblia mesma relata como mediante o Espírito Santo, os homens receberam advertências, reprovações, conselhos e instruções, em assuntos de nenhum modo relativos à outorga das Escrituras. E faz-se menção de profetas de épocas várias, de cujos discursos nada há registrado. Semelhantemente após a conclusão do cânon das Escrituras, o Espírito Santo ainda deveria continuar a Sua obra, esclarecendo, advertindo e confortando os filhos de Deus.
Jesus Cristo prometeu a seus discípulos: "Quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade;... e vos anunciará o que há de vir" João 16:13. As Escrituras claramente ensinam que estas promessas, longe de limitarem aos dias apostólicos, se estendem à igreja de Cristo em todos os séculos. O Salvador afirma aos Seus seguidores: "Estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos." Mateus 28:20. E Paulo declara que os dons e manifestações do Espírito foram postos na igreja para "o aperfeiçoamento dos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." Efésios 4:12 e13.

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