Powered By Blogger

domingo, 30 de dezembro de 2007

Como Começaram as Trevas Morais

O apóstolo Paulo, em sua segunda carta aos tessalonicenses, predisse a grande apostasia que teria como resultado o estabelecimento do poder papal. Declarou que o dia de Cristo não viria “sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus querendo parecer Deus.” II Tessalonicenses 2:3 e 4. E, ainda mais, o apóstolo adverte os irmãos de que “já o ministério da injustiça opera.” II Tessalonicenses 2:7. Mesmo naqueles primeiros tempos viu ele, insinuando-se na igreja, erros que preparariam o caminho para o desenvolvimento do papado.

Pouco a pouco, a princípio furtiva e silenciosamente, e depois mais às claras, à medida que crescia em força e conquistava o domínio da mente dos homens, o mistério da iniqüidade levou avante sua obra de engano e blasfêmia. Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. O espírito de transigência e conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou sob paganismo. Mas em cessando a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas. A conversão nominal de Constantino, na primeira parte do século quarto, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto de justiça aparente, introduziu-se na igreja. Progredia rapidamente a obra de corrupção. O paganismo porquanto parecesse suplantado, tornou-se o vencedor. Seu espírito dominava a igreja. Suas doutrinas, cerimônias e superstições incorporaram-se à fé e culto dos professos seguidores de Cristo.

Esta mútua transigência entre o paganismo e o cristianismo resultou no desenvolvimento do “homem do pecado,” predito na profecia como se opondo a Deus e exaltando-se sobre Ele. Aquele gigantesco sistema de religião falsa é a obra prima de Satanás – monumento de seus esforços para sentar-se sobre o trono e governar a Terra segundo a sua vontade.

Uma vez Satanás se esforçou por um compromisso com Cristo. Chegando-se ao filho de Deus no deserto da tentação, e mostrando-lhe todos os reinos do mundo e a glória dos mesmos, ofereceu-se a entregar tudo em Suas mãos se tão somente reconhecesse a supremacia do príncipe das trevas. Cristo repreendeu o pretensioso tentador e obrigou-o a retirar-se. Mas Satanás obtém maior êxito ao apresentar aos homens as mesmas tentações. Para conseguir proveitos e honras humanas, a igreja foi levada a buscar o favor e apoio dos grandes homens da Terra; e, havendo assim rejeitado a Cristo, foi induzida a prestar obediência ao representante de Satanás – bispo de Roma.

Uma das principais doutrinas do romanismo é que o papa é cabeça visível da igreja universal de Cristo, investido de autoridade suprema sobre os bispos e pastores em todas as partes do mundo. Mais do que isto, tem-se dado ao papa os próprios títulos da Divindade. Tem sido intitulado: “Senhor Deus o Papa”, e foi declarado infalível. Exige ele a homenagem de todos os homens. A mesma pretensão em que insistia Satanás no deserto da tentação, ele ainda a encarece mediante a igreja de Roma, e enorme número de pessoas estão prontas para render-lhe homenagem.

Mas o que temem e reverenciam a Deus enfrentam esta audaciosa presunção do mesmo modo por que Cristo enfrentou as solicitações do insidioso adversário: “Adorarás ao Senhor teu Deus, e a Ele somente servirás.” Lucas 4:08. Deus jamais deu em Sua Palavra a mínima sugestão de que tivesse designado a algum homem para ser cabeça da igreja. A doutrina da supremacia papal opõe-se diretamente ao ensino da Escrituras Sagradas. O papa não pode ter poder algum sobre a igreja de Cristo senão por usurpação.

Os romanistas têm persistido em acusar os protestantes de heresia e voluntária separação da verdadeira igreja. Semelhantes acusações, porém, aplicam-se antes a eles próprios. São eles os que depuseram a bandeira de Cristo, e se afastaram da “fé que uma vez foi entregue aos santos”. Judas 3.

Satanás bem sabia que as Escrituras Sagradas habilitariam os homens discernir seus enganos e resistir a seu poder. Foi pela palavra que mesmo o Salvador do mundo resistiu a seus ataques. Em cada ataque Cristo apresentou o escudo da verdade eterna, dizendo: “Está escrito”. A cada sugestão do adversário opunha a sabedoria e poder da Palavra. A fim de Satanás manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a autoridade humana, deveria conservá-los na ignorância das Escrituras. A Bíblia exaltaria a Deus e colocaria o homem finito em sua verdadeira posição; portanto, suas sagradas verdades deveriam ser ocultadas e suprimidas. Esta lógica foi adotada pela igreja de Roma. Durante séculos a circulação das Escrituras foi proibida. Ao povo de Deus era vedado ou tê-la em casa, e sacerdotes e prelados sem escrúpulos interpretavam-lhes os ensinos do modo a favorecerem suas pretensões. Assim o chefe da igreja veio a ser quase universalmente reconhecido como o vigário de Deus na Terra, dotado de autoridade sobre a igreja e o Estado.

Suprimido o revelador do erro, agiu Satanás, a seu bel-prazer. A profecia declara que o papado “havia de cuidar em mudar os tempos e a lei”. Daniel 7:25. Para cumprir esta obra não foi vagaroso. A fim de proporcionar aos conversos do paganismo uma substituição à adoração de ídolos, promover assim sua aceitação nominal do cristianismo, foi gradualmente introduzida no culto cristão a adoração das imagens e relíquias. O decreto de um concílio geral estabeleceu, por fim, este sistema de idolatria. Para completar a obra sacrílega, Roma pretendeu eliminar a lei de Deus, o segundo mandamento que proíbe o culto das imagens, e dividir o décimo mandamento a fim de conservar o número deles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não serão aceitos comentários ofensivos.
Não serão aceitos comentários sem os referidos autores, mesmo os anônimos.