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terça-feira, 2 de junho de 2009

Derretimento das geleiras é fenômeno alarmante


O derretimento das geleiras se acelerou nas últimas décadas, um fenômeno alarmante que evidencia o aquecimento da atmosfera, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira (04) pelo Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUE).
As geleiras do Ártico diminuíram entre 6 e 7% no inverno (hemisfério norte) e entre 10 e 12% no verão no decorrer dos últimos 30 anos, indica o estudo apresentado em Tromsoe, norte da Noruega, na véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente. Além disso, entre 7% e 10% da superfície terrestre nevada do hemisfério norte desapareceram durante os períodos de março e abril das últimas três ou quatro décadas, segundo o informe.
Conseqüência do aquecimento da atmosfera, o degelo é também resultado da aceleração das mudanças climáticas, ressaltam os cientistas.
"A neve e o gelo refletem entre 70 e 80% da energia solar, enquanto a água a absorve. Se continuarem derretendo, isto aumentará o aquecimento global", explicou em uma entrevista coletiva à imprensa, em Tromsoe, Paal Prestrud, um dos autores do relatório.
"Os 6,5 bilhões de pessoas deste planeta optaram por uma forma de vida baseada em uma realidade determinada. Esta realidade está a ponto de mudar ainda mais rápido que o previsto", afirmou o diretor da PNUE, Achim Steiner.
"Isto significa que a necessidade de nos adaptarmos às mudanças climáticas é tão considerável, do ponto de vista das conseqüências e dos custos econômicos, que temos que atuar a partir de agora", ressaltou.
Segundo os cientistas, por volta de 40% da população mundial poderá ser afetada pela redução das superfícies nevadas e das geleiras na Ásia.
Muitos rios do continente como o Ganges e o Mekong são alimentados pelo Himalaia, e a redução do gelo desta cordilheira causaria a diminuição dos recursos de água potável e irrigação. O aumento do nível dos oceanos, provocado pelo degelo terrestre, engoliria as regiões costeiras e ilhas inteiras, por exemplo, de Bangladesh à Indonésia. O degelo contribuiria também para o aumento de catástrofes meteorológicas como furacões e inundações, afetando assim as populações, a economia e a fauna.
"No mundo animal, as espécies autóctones (do Ártico) poderão desaparecer já que não podem deixar a região, onde se instalariam novas espécies, procedentes do sul", afirmou Prestrud.
Por exemplo, o urso polar, espécie emblemática do Pólo Norte, está ameaçado de extinção nas próximas décadas devido à diminuição dos bancos de gelo. Algumas comunidades já começaram a adaptar seu estilo de vida à nova situação climática: em algumas regiões da Groenlândia os caçadores esquimós trocaram os trenós por pequenas embarcações.

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