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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Terremoto e Tsunami





Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro do terremoto foi a 33 quilômetros de profundidade e a 260 quilômetros ao norte de Port Blair nas ilhas Andaman.




O Centro de Alertas de Tsunami do Oceano Pacífico informou, porém, que o terremoto teve 7.6 graus e magnitude. O alerta de tsunami foi emitido para Índia, Myanmar, Indonésia, Tailândia e Bangladesh., mas ainda não está claro quais regiões foram afetadas por ele.


Em 26 de dezembro de 2004, o arquipélago de Andaman, formado por 513 ilhas, foi devastado pelo tsunami que deixou mais de 220 mil mortos na região, a maioria na província indonésia de Aceh. Naquele dia, mais de 3 mil habitantes das Ilhas Andaman morreram.



Japão

Nesta terça-feira, um alerta de tsunami também foi emitido no Japão, após um terremoto de 6.6 graus de magnitude ter atingido o centro do país, anunciou a agência sismológica.

O epicentro do tremor, que ocorreu às 05h07 local (17h07 Brasília de segunda), foi situado a 20 km de profundidade, ao largo da prefeitura de Shizuoka (sudoeste de Tóquio).

Segundo a agência, o alerta emitido é para tsunamis com ondas de altura estimada em 0,5 metro. Não há informações sobre vítimas ou danos causados pelo terremoto.

A Agência Sismológica do Japão afirmou ainda que o nível do mar diminuirá em cerca de 60 cm no porto de Yaizu, sugerindo a formação de fortes ondas que em breve poderão atingir o litoral.

Dois reatores na central nuclear de Hamaoka, localizada na região, tiveram seu funcionamento interrompido, informou a companhia operadora, Chubu Electric Power. "Não foram encontradas anomalias na usina", disse um funcionário.




Na cidade de Shizuoka, capital da província de mesmo nome (centro), o terremoto durou mais de um minuto, de acordo com as imagens difundidas pela televisão pública NHK.

A TV mostrou uma loja na cidade onde as mercadorias foram derrubadas das prateleiras. "Foi o tremor mais violento que eu senti", disse Atsushi Imai, testemunha da ação do terremoto. "Os objetos caíram das prateleiras, mas eu ainda não vi sinais de danos até agora."

Este foi o segundo terremoto de magnitude superior a seis pontos na escala Richter registrado na região central do Japão em dois dias. Na noite deste domingo, um terremoto de 6,9 graus de intensidade também sacudiu Tóquio e seus arredores, sem causar grandes danos.


(Com informações de Reuters, EFE e AFP)

domingo, 9 de agosto de 2009

Tufão faz vítimas

tempestade fustigou Taiwan com chuvas torrenciais, que provocaram as maiores cheias da ilha nos últimos 50 anos.

Dezenas de pessoas estão dadas como desaparecidas. Há informações contraditórias quanto à existência de vítimas mortais, mas pelo menos uma pessoa terá morrido.

Em Pingtung, quatro mil pessoas ficaram isoladas e tiveram de ser resgatadas pelos barcos da polícia.

Depois de ter passado por Taiwan, o tufão Morakot atingiu a China continental. Horas antes, as autoridades tinham deslocado um milhão de pessoas, em duas províncias do leste da China.

Apesar das medidas de prevenção, cinco casas ruíram em Wenzhou. Cinco pessoas ficaram debaixo dos escombros, entre elas uma criança que não resistiu aos ferimentos.

Trecho extraído de: http://pt.euronews.net/


Veja abaixo imagens de como ocorre tufões e conseqüências dos mesmos.






domingo, 2 de agosto de 2009

Serpentes peçonhentas e mais informações












Dependendo da região do mundo em que estamos, temos duas reações típicas frente às serpentes: adoração ou ódio. A adoração vem, na maioria das vezes, acompanhada por explicações religiosas. O ódio também vem acompanhado, mas pela falta de informação frente a estes seres.

A imagem que carregamos das cobras é de que são seres perigosos, que só oferecem risco aos seres humanos, e que devem ser mortas. Não é bem assim.

Para começarmos, vamos diferenciar os termos mais comumente utilizados por todos: cobra e serpente. Ambos os termos são aceitos pelo dicionário, mas o termo serpente é o mais correto. O termo "cobra" é utilizado apenas para um tipo de serpente, as Najas da África e Ásia. Da mesma forma que os portugueses, na época do "descobrimento", atribuíram o nome de "índios" aos nativos aqui encontrados, pois acreditavam ter chegado à Índia, também atribuíram o nome de "cobra" às serpentes, acreditando se tratar das verdadeiras cobras (Naja da Índia). Aqui no Brasil não é errado utilizar o termo "cobra", porém, no resto do mundo, é recomendável utilizar o termo "serpente", para evitar qualquer desentendimento.

Classificação geral das serpentes

As serpentes estão assim classificadas:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Ophidia
Família: várias
Gênero: vários
Espécie: várias

Dentre as principais famílias, podemos citar:

Boidæ: são as pítons, jibóias etc., que estão entre as maiores serpentes do mundo, onde uma espécie, a Piton reticulatus chega a 10m de comprimento (podendo ser maior); a jibóia ( Boa constrictor amarali, por exemplo) chega a 4m de comprimento. São cosmopolitas, só não habitando a Nova Zelândia.
Colubridæ: são as cobras mais comumente conhecidas. Reúnem cerca de 1 500 espécies. Nesta família conhecemos uma grande diversidade de hábitats, modos de reprodução, alimentação etc.. São exemplos: falsa-coral (Oxyrhopus sp.), cobra-cipó, muçurana, caninana etc..
Elapidæ: corais verdadeiras (Micrurus sp.) e Najas são exemplos, algumas com veneno perigoso ao homem. São cosmopolitas, com exceção do norte da América do Norte e da Eurásia.
Viperidæ: Dentro desta família, temos duas subfamílias com representantes importantes. Uma delas, a Viperinæ, são as víboras, das serpentes conhecidas as mais temidas, pois a maioria possui venenos bem potentes. Vivem na Eurásia, África e Índia. Como exemplo, a víbora, Vipera sp. e Cerastes cerastes, a víbora de chifre; a outra subfamília, Crotalinæ, envolve espécies por nós bem conhecidas, como as cascavéis, surucucu etc., também produtoras de potentes venenos.
Biologia geral dos répteis

Vamos dar uma estudada nas características gerais dos répteis para podermos, mais adiante, nos determos especificamente nas serpentes.

Os répteis (lat. reptum, rastejar) incluem as cobras, lagartos, tartarugas, jabutis e tuataras.

O corpo é coberto com pele seca e cornificada, ou seja, com formação de um extrato córneo, duro, resistente, geralmente com escamas ou escudos, e poucas glândulas superficiais. Com exceção de cobras e lagartos ápodos (sem patas), possuem quatro membros, cada um com 5 dedos, adaptados em cada espécie para um determinado hábitat. O esqueleto é completamente ossificado. Respiram por pulmões, sendo que algumas tartarugas têm respiração faríngea e/ou cloacal. São ectotérmicos, ou seja, a temperatura de seu corpo é variável. A fecundação é interna, e podem ser ovíparos ou vivíparos.

Os répteis foram o primeiro grupo de vertebrados a se adaptar à vida em lugares secos e no ambiente terrestre, pois sua pele oferece maior resistência à perda de água para o meio e seus ovos também estão mais protegidos contra a desidratação (casca mais grossa e resistente), dentre vários outros motivos.

As serpentes

Sorrateiramente, a formidável jibóia de 20 metros desliza entre os galhos de uma árvore e, de repente, sem dar à indefesa vítima oportunidade alguma de reação, salta sobre o homem e o devora de uma só vez. Histórias como essa povoam os relatos de alguns dos exploradores que, no século passado, internaram-se na selva amazônica buscando desvendar os mistérios da flora e da fauna da região. Houve até um deles, um missionário europeu, que, iludido por uma observação feita a grande distância, jurou ter visto uma jibóia com nada menos que 50 metros!

Hoje se sabe que as maiores serpentes raramente ultrapassam 10 metros (registros oficiais) e que há pouquíssimos registros de ataques a seres humanos. E sabe-se muito mais sobre os hábitos dos milhares de espécimes de ofídios espalhados por praticamente todo o Planeta. Contudo, a imaginação popular continua envolvendo as serpentes num manto de fantasias: maldosas, astutas, traiçoeiras, elas seriam inimigas naturais do ser humano. Enfim, uma autêntica praga que precisa ser eliminada da face da Terra.

Grave engano. Ao matá-las indiscriminadamente, o homem contribui para alterar importante elo na cadeia ecológica, como veremos adiante.

Perda das extremidades pares e alongamento do corpo ocorreu, como um desenvolvimento paralelo, em diversos grupos de vertebrados, incluindo as enguias e moréias entre os peixes, as cobras-cegas entre os anfíbios, os Amphisbænidæ entre outros lagartos, além de todas as cobras.
O corpo das serpentes é coberto por escamas, sendo que em algumas, há na parte inferior do corpo uma grande fileira de escamas grandes, chamadas placas transversais.

A língua é estreita, flexível, semelhante a uma fita, com extremidade bífida, que serve para captar "cheiros" diversos. A língua oscila no ambiente e capta vários feromônios. Quando ela é retraída, suas pontas entram em duas pequenas cavidades no palato ("céu da boca"), chamadas de "órgão de Jacobson", onde, neste órgão, há terminações nervosas que decodificam esses feromônios.

Todos os órgãos são tubulares, compridos, acompanhando a geometria do corpo. Somente o pulmão direito é funcional.

Em serpentes longas existem de 200 a 400 vértebras. Há uma complexa ligação entre músculos, vértebras, costelas, e pele, arranjo este que tornam possíveis os graciosos movimentos sinuosos de uma serpente.

Há quatro tipos de movimentos nas serpentes: 1 - locomoção ondulatória horizontal: locomoção característica de serpentes rápidas, caracterizada pela formação de um S pelo corpo do animal. Há vários pontos de atrito com o solo, este geralmente irregular; 2 - locomoção retilínea: característica de serpentes lentas. O atrito de todo o ventre do animal com o solo é essencial; 3 - locomoção em sanfona: envolve a extensão e a retração do corpo de um ou mais pontos de atrito com o solo. Pode ser usada em uma superfície achatada, ao rastejar através de um túnel ou trepar; 4 - locomoção por meio de alças laterais: é uma forma de locomoção encontrada em diversas víboras africanas e do oeste da Ásia e na cascavel norte americana (Crotalus cerastes). Este tipo de locomoção é uma adaptação para a movimentação rápida sobre superfícies lisas sem obstáculos, como areia ou terra muito dura. Esta locomoção é uma forma modificada da locomoção ondulatória horizontal. A serpente deixa seu corpo em forma de S, e alterna os pontos de contato com o solo dois a dois, impulsionando-se para o lado. A velocidade atingida por estas serpentes é significativa, principalmente para fugir de predadores.

Venenosa ou peçonhenta?

As pessoas costumam errar bastante quanto a estes conceitos.
Se considerarmos que a saliva das serpentes é adaptada para dissolver proteína (carne, por exemplo), podemos considerar que todas as serpentes são venenosas, isto porque entendemos como veneno uma substância capaz de fazer mal a algum ser. A saliva das serpentes nos é prejudicial, por isso as consideramos venenosas para os seres humanos. Mas, qual o limite de ação do veneno? É aí que entra o conceito de "peçonhenta": um animal peçonhento é aquele que possui um veneno com uma concentração muito elevada, capaz de causar grandes danos a um outro ser, sendo este animal capaz de injetar este veneno através de dentes ou ferrões, geralmente conhecidos por peçonhas. Ou seja, aquelas serpentes que possuem dentes inoculadores de veneno são chamadas peçonhentas. As que não possuem estes dentes, são chamadas não peçonhentas.
Jibóias, corais falsas, muçuranas, sucuris entre muitas outras são venenosas: caso uma destas serpentes morda uma pessoa, o máximo que acontecerá é uma inflamação local e prurido intenso.
Surucucus, cascavéis, corais verdadeiras, najas etc. são peçonhentas: caso uma destas serpentes morda uma pessoa, esta tem que ser socorrida, pois o veneno provocará no organismos diversas reações alérgicas, por vezes muito graves e até mortais.
Serpentes que vivem em ilhas tendem a ter o veneno mais concentrado do que as que vivem no continente.
O veneno nada mais é do que uma especialização da saliva, onde esta adquire poder proteolítico (que quebra proteínas) suficiente para desencadear diversas reações nos seres vivos. Podem adquirir várias especialidades, sendo elas: neurotóxico, que afeta particularmente os centros respiratórios e a morte sobrevêm por asfixia, se a vítima não for socorrida a tempo. Naja e corais verdadeiras são exemplos de portador deste veneno; hemotóxico, que afeta o aparelho circulatório, podendo ser hemorrágica (provocando hemorragias) ou hemolíticas (provocando a destruição dos glóbulos vermelhos). Cascavéis e víboras portam este tipo de veneno; miotóxica, que afeta sensivelmente a musculatura de todo o corpo. Algumas cascavéis apresentam este tipo de veneno; coagulante, onde todo o sangue do organismo começa a coagular. Corais verdadeiras, algumas cascavéis, surucucus possuem este veneno; proteolítica, onde há o necrosamento da pele e/ou outros tecidos. Algumas jararacuçus, jararacas, surucucus são exemplos de portadoras deste veneno.

Diferenciação entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas

Em todos os livros didáticos são apontadas diferenças clássicas entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas. Mas há um pequeno detalhe: todos estes padrões foram traçados baseando-se nas víboras africanas. Em se tratando de Brasil, ou mesmo em outros Países, podem haver muitas exceções.
Tem-se como padrões clássicos (visíveis) para serpentes peçonhentas: cabeça triangular; cauda terminando abruptamente; escamas ásperas e sem brilho; olhos com pupila em fenda; fosseta loreal presente. Para serpentes não peçonhentas: cabeça redonda; cauda com terminação suave; olhos com pupila redonda; escamas brilhantes e lisas; sem fosseta loreal.
Muitas dessas características são válidas, mas muitas não aparecem nos animais. Analisemos pois duas serpentes que apresentam exceções:
- Coral: a cobra coral verdadeira é pouco diferenciável da falsa coral. Somente uma pessoa experiente saberá distinguir uma da outra só batendo o olho. A coral verdadeira tem a cabeça redonda, olhos com pupila redonda, escamas lisas e brilhantes, não possui fosseta loreal. O padrão de cor, tão usado como referência, não pode sê-la, pois há muitas exceções, visto que muitas falsas corais mimetizam-se com as verdadeiras, buscando proteção contra predadores (lembremos que as corais verdadeiras possuem coloração apossemática, ou seja, uma combinação de cores que alertam os predadores sobre o perigo daquele animal. A falsa coral, em conseqüência do mimetismo, acaba tendo uma coloração pseudo-apossemática).
- Jibóia: a jibóia é uma serpente não peçonhenta, apesar de possuir cabeça triangular, olhos com pupilas em forma de fenda, escamas relativamente opacas, cauda com terminação abrupta.
Vemos, então, que devemos ter cautela ao nos basearmos nesses padrões "clássicos".

O crânio das serpentes e seus órgãos mais significativos

As serpentes possuem um crânio bem articulável, onde os ossos, em sua maioria, são independentes e interligados por músculos. Esta característica faz com que consigam se alimentar de presas com diâmetro maior que seu corpo: os ossos do crânio adquirem uma anatomia que permite à serpente engolir presas grandes, e seus órgãos internos, assim como sua pele, possuem boa flexibilidade. Os dentes são voltados para trás, o que permite à serpente segurar sua presa enquanto engole. As serpentes nunca mastigam ou dilaceram seu alimento, sempre engolindo-o inteiro.

Dentição

Existem quatro tipos de dentição nas serpentes, a saber:

. áglifa (a = ausência + glyphé = sulco) - dentição típica de serpentes não peçonhentas: não possuem presas. Seus dentes são maciços, sem canal central ou sulco externo. Jaracuçu-do-brejo, caninana, jibóia, sucuri, pítons etc. são exemplos de serpentes áglifas.

. opistóglifas (opisthos = atrás) - apresentam um ou dois pares de dentes posteriores do maxilar superior diferenciados, com sulco externo por onde escorre o veneno. Pela posição posterior das presas, raramente causam acidentes, sendo que podemos considerar estas serpentes como não peçonhentas, pois acidentes com elas são raríssimos. Falsas corais e muçuranas são exemplos.

. proteróglifas (protero = dianteiro) - possuem presas anteriores sulcadas, em maxilares imóveis, o que lhes permite inocular o veneno. A coral verdadeira, serpentes marinhas, najas, são exemplos de serpente com esta dentição.

. solenóglifas (soleno = canal) - possuem presas anteriores dotadas de um canal central por onde passa o veneno, estando em um maxilar bem móvel. Cascavel, jararaca, urutu e surucucu são exemplos de serpentes solenóglifas.

As serpentes áglifas, opistóglifas e proteróglifas mordem suas presas; as solenóglifas picam. Melhor explicando: as serpentes áglifas e proteróglifas tem como único método de matar suas presas a asfixia. Elas mordem e se enrolam, praticamente com o corpo todo, na presa. Quando esta morre, a serpente começa a engolir, sempre pela cabeça. As serpentes solenóglifas dão um bote certeiro na presa, inoculam o veneno e esperam que esta morra; mesmo que a "vítima" conseguir se locomover, a serpente a localiza com auxílio de suas "fossetas loreais". Ao localizarem a presa, começam a engoli-la, também pela cabeça.

As "fossetas loreais"

As serpentes pertencentes à subfamília Crotalinae possuem em ambos os lados da cabeça, entre as narinas e os olhos, duas depressões em forma de fossa, denominadas fosseta loreal. Este órgão tem comunicação com o cérebro e sua principal função é a detecção de calor. As serpentes que possuem este órgão são portadoras de dentição solenóglifa, portanto picam sua presa. Em poucos minutos esta presa está morta, e a serpente começa a rastreá-la, então, pelo calor que seu corpo emana. Uma serpente consegue rastrear um camundongo a vários metros de distância, tamanha a especialização das fossetas loreais.

Audição

As serpentes não possuem ouvido externo, tímpano e cavidade do ouvido médio, mas a columela, que transmite os sons, está presente e se estende até um ouvido interno. A audição torna-se, então, muito rudimentar (capta de 100Hz a 170Hz) e não significativa. Mas são capazes de perceber, eficazmente, as vibrações do solo, fugindo do caminho de um animal muito antes que ele chegue aonde a serpente se encontra.

O processo de muda

Processo crítico na vida das serpentes, toda a camada córnea do tegumento (pele) é renovada, surgindo uma pele nova, lisa, brilhante, bem colorida. A muda sai como uma tripa virada do avesso. Há desbotamento na coloração e turvação córnea dificultando, mais ainda, para a serpente vislumbrar a presa. A muda, quando o animal está em perfeito estado de saúde, inicia-se pela cabeça, seguindo-se o corpo todo com rugas e pregas e a serpente precisa ir à procura de um toco, pedra etc. para se esfregar até que a pele velha se desprenda totalmente. Durante o período de muda a serpente não se alimenta e prefere ficar quase imóvel; após a muda ela volta à atividade. Os fatores que facilitam ou não as mudas prendem-se à alimentação, clima, excitação, cuidados higiênicos em cativeiro etc.. o recomendável é que não se manipule o animal durante o processo de muda, e que se mantenha o terrário úmido (pode umedecer o terrário com os borrifadores de planta), podendo, inclusive, umedecer o animal uma vez por dia (o que facilita o processo de muda).

Alimentação na Natureza e Ecologia das serpentes

Ao contrário do que muitos pensam, as serpentes não se alimentam exclusivamente de mamíferos. Algumas se alimentam de insetos e outros pequenos invertebrados; serpentes de maior tamanho alimentam-se com peixes ou mamíferos; algumas, como a muçurana (não peçonhenta), alimentam-se de outras serpentes peçonhentas; por outro lado, corais verdadeiras podem se alimentar de falsas corais. Muitas serpentes alimentam-se de moluscos.
As serpentes ocupam um lugar importante na teia alimentar de cada ecossistema. Aquelas que vivem, por exemplo, nos desertos dos Estados Unidos, são úteis pois se alimentam de roedores, impedindo uma possível explosão populacional destes. No Brasil, podemos dar destaque à muçurana, que se alimenta exclusivamente de serpentes peçonhentas.
Como as serpentes não são o alvo favorito de estudo da maioria das pessoas, muitas vezes esse animal é morto sem a menor necessidade. As pessoas que moram em campos, fazendas, sítios etc., quando não conhecem o animal, tem logo o costume de matá-lo, mesmo que este não esteja perto da residência e/ou oferecendo risco à alguma pessoa. A recomendação que se faz, portanto, é que a pessoa procure se informar quais os animais e vegetais que residem naquele lugar, e se informar quais animais são peçonhentos. Conhecendo-os bem, com certeza a residência estará protegida e o animal seguro. Por quê? Simplesmente porque o animal que não for peçonhento não será morto, e caso algum seja encontrado dentro ou nas proximidades da residência, simplesmente uma pessoa com experiência removê-lo-á para o meio da mata; se for um animal peçonhento e estiver nas proximidades da residência, chama-se o Corpo de Bombeiros para realizar a remoção do animal; caso aquele seja inacessível, basta recorrer também a uma pessoa experiente, que esteja devidamente protegida (botas altas e grossas, luvas e laço). Caso o animal se encontre dentro da residência e este for peçonhento, recomenda-se então, caso não tenha outro jeito, o abate.
Reconhecer a vegetação do lugar também é importante, por dois motivos: para não consumirmos um vegetal venenoso; e para sabermos se aquele tipo de vegetação costuma ser abrigo de determinada espécie de serpente.
Não só as serpente, mas todos os animais, inclusive o homem, e todos os vegetais, fazem parte de uma grande e complexa teia alimentar, onde a falta de um certamente causará a superpopulação de outro, que por sua vez causará a diminuição de outra espécie... desequilibrando todas as cadeias e, conseqüentemente, a teia. Um exemplo bem simples: considere a seguinte cadeia alimentar:



Analisemos a primeira cadeia: se o número de serpentes tiver uma significativa diminuição, o número de águias também irá diminuir, pois ficará sem alimento; em contrapartida, o número de aves aumentará, pois não terá serpentes suficientes para manter um número equilibrado de aves. Por outro lado, diminuirá drasticamente o número de gafanhotos, pois mais aves estarão se alimentando deles, tendo como última conseqüência um aumento exacerbado da vegetação.
Analise você a segunda cadeia e trace as conseqüências obtidas com a diminuição do número de serpentes.
Moral da história: RESPEITE a Natureza: tudo o que ela pede é que a deixemos realizar suas tarefas para que mantenha um equilíbrio saudável para que possamos viver e conviver em harmonia. Claro que se você tiver correndo risco é preferível abater o animal, mas só neste caso. Do contrário, deixe-o na Natureza para que cumpra seu papel.

Serpentes como animais de estimação

Muitas pessoas estão aderindo à moda de ter em casa "pets" diferentes, "exóticos": iguanas, ferrets, aranhas... serpentes.
Uma coisa deve ficar bem clara: serpentes não são parecidas com gatos ou cachorros, que podemos colocar coleira para passear e que vão ficar pedindo colo toda hora. Répteis não possuem uma demonstração expressiva de afeto pelo dono; o que fazem é respeitá-lo, pois sabem que é ele que fornece alimento, e sabem que não lhes farão mal, deixando-se manipular.
Não podemos ensinar para uma serpente o que fazemos com um cão: podemos ensinar ao cão que não deve rosnar para o dono caso este retire sua ração enquanto aquele estiver comendo. Com a serpente não dá: quando a alimentamos, qualquer coisa que se movimente perto dela é presa em potencial, e ela atacará.
Quando a serpente estiver muito agitada, convém não manipulá-la, pois corremos o risco de levar uma mordida... e ela não vai saber que fez coisa errada.
Enfim, estes animais são mais de exposição: devem estar num terrário bonito, vistoso, onde o animal complete a beleza do terrário. Sua manipulação deve ser a mínima necessária. Com o tempo, a serpente vai se habituando ao dono, e sua manipulação poderá ser gradativamente aumentada.
As serpentes mais comuns de seres adotadas como "pets" no Brasil são as pítons, as jibóias e as falsas corais (lembremos que, atualmente, o IBAMA proíbe a comercialização tanto de serpentes silvestres como de exóticas), por possuírem um bom caráter, serem calmas e de grande beleza.
Ao contrário do que muitos pensam, as serpentes alcançam uma vida relativamente longa. A jibóia, por exemplo, pode chegar a 24 anos, se bem cuidada. Portanto, pense bem antes de escolher este animal como "pet", pois ele conviverá muitos anos com você.

O terrário

Montar um terrário para uma serpente não é tarefa difícil, mas dispendiosa: são animais sensíveis e que exigem certas condições ambientais para que se mantenham saudáveis.
São necessários os seguintes materiais:
· cuba de vidro
· tampa adequada para terrário
· lâmpada adequada para serpentes
· substrato
· bebedouro
· materiais para decoração
· fonte de aquecimento

Cuba de vidro

As maneiras e materiais para a confecção de um terrário variam muito. Dá-se a seguir um modelo bem simples, que pode ser deixado em uma sala de visitas, para exposição, por exemplo.
O terrário mais prático é aquele feito em uma cuba de vidro, idêntica àquelas usadas na montagem de aquários.
É importante que consideremos o tamanho do animal quando adulto, para que não precisemos trocar periodicamente um terrário.
Para duas falsas corais, por exemplo, um terrário com 100 x 40 x 50 está de bom tamanho.
A espessura do vidro do terrário não precisa ser a mesma da recomendada para aquários: como não terá que suportar grandes pressões, podemos confeccionar a cuba com vidros cerca de 20% mais finos. Também não é necessária a trava, caso a cuba seja até médio porte (como o tamanho citado acima).

Tampa adequada para terrário

Temos várias possibilidades neste quisito. Mas uma coisa é importante: a cuba deve estar muito bem tampada, pois muitas serpentes conseguem escalar pelo silicone que unem os vidros! As frestas precisam estar bem tampadas. Para a iluminação podemos colocar um tampo igual ao utilizado em aquário, mas temos que tomar cuidado para deixarmos uma boa ventilação. Um tampo ideal pode ser um com armação de madeira e tela por cima, e para iluminação, uma calha das usadas em aquarismo: a tela proporciona boa iluminação e ventilação, ao mesmo tempo que a cuba fica bem vedada.

Lâmpada adequada para serpentes

As serpentes não são répteis que necessitem de uma iluminação muito exigente. Seria interessante que o terrário se localizasse onde houvesse uma incidência de raios solares matutinos, até 10h00. Sabemos que o vidro filtra grande parte dos raios UV-A e UV-B, mas sempre um pouco acaba passando. Como iluminação artificial, podemos recomendar uma lâmpada "Reptile day light" fluorescente, que possui todos os raios UV-A e UV-B necessários aos répteis, mas que custa caro. A lâmpada gro-lux e as similares, utilizadas em aquarismo, são mais acessíveis e oferecem traços dos raios UV-A e UV-B, e é o suficiente.

Substrato

Podemos colocar vários substratos: jornal, areia de construção, cascalho de rio, terra vegetal, sphagnum (espécie de musgo), "litter" (forragens absorventes de cactus ou cascas de árvores reabsorvíveis), carpetes sintéticos (próprios para terrários). Na hora da montagem do terrário é necessário saber que animal se pretende criar, e procurar colocar o substrato mais conveniente para este animal. De um modo geral, o carpete sintético é um bom material. Tira um pouco o "ar natural" do terrário, mas é muito prático e econômico, já que é lavável.

Bebedouro

Precisa ser um recipiente, preferencialmente, de plástico (recipientes de porcelana ou barro podem acumular muitas bactérias), raso e largo. Geralmente os animais defecam na água. Esta precisa ser trocada todo dia.

Materiais de decoração

Troncos naturais ou artificiais, plantas naturais, rochas. A gama de materiais fica por conta da criatividade da pessoa. Só não coloque rochas com arestas cortantes.

Fonte de aquecimento

É essencial que o animal conte com uma fonte de aquecimento. Não é recomendável colocar uma fonte que aqueça o terrário por inteiro, como por exemplo uma lâmpada incandescente. O animal regula sua necessidade de calor e frio, procurando zonas quentes e frias dentro do terrário. O material mais recomendável é uma rocha aquecida, ficando o animal em cima dela quando quiser se aquecer e saindo dela quando já tiver calor suficiente.

Alimentação em cativeiro

Geralmente as serpentes que são criadas como "pets" são aquelas que se alimentam de mamíferos. Jibóias, pítons, falsas corais etc. se alimentam de ratos, preás camundongos.
A alimentação constância na alimentação vai variando com vários fatores:
- clima: no inverno as serpentes se alimentam menos, mesmo possuindo a fonte de aquecimento no terrário (elas sentem a época do ano, e além do mais a temperatura do terrário vai estar mais baixa).
- tamanho: conforme o tamanho do animal, temos duas saídas: ou alimentamos mais vezes, ou damos mais comida em cada refeição.
- muda: as serpentes dificilmente se alimentam durante a época de muda.
- stress: um animal estressado dificilmente se alimentará.

Para uma falsa coral com aproximadamente 70cm de comprimento, podemos ministrar dois camundongos a cada 20 dias, por exemplo, na época fria do ano, e a cada 10 dias, na época quente.
Para um filhote de jibóia ou píton com 40cm de comprimento, dois neonatos por semana.
Há no mercado especializado diversos complementos alimentares que podem, por exemplo, serem borrifados na comida, ou que possamos ministrar ao rato antes de darmos à serpente. É bom fornecermos estes complementos, caso a alimentação do roedor seja muito empobrecida.
Temos que conhecer o animal que criamos, saber seus costumes. Um método fácil de verifica se o animal está com fome: o normal de uma serpente é ela ficar quieta em um canto do terrário. Quando ela começa a "passear", é uma evidência que está procurando comida. É esta a hora de alimentá-la novamente. Como são animais ectotérmicos, sua fome vai variar conforme variar a temperatura do ambiente: mais calor, fome mais cedo; mais frio, mais demora em sentir fome.

Considerações finais

É evidente que este artigo está por demais singelo frente ao conteúdo que deveria ter. Mas isto é proposital.
Nossa intenção é que você conheça, pelo menos, uma ínfima parte do mundo das serpentes. Não é nossa intenção fazê-lo gostar desses animais, mas pelo menos conhecê-lo e, com isso, respeitá-lo.
A Herpetologia é um campo muito amplo e que merece ampla discussão. Frente a isso, dispomo-nos a resolver quaisquer dúvidas e trocarmos conhecimentos, necessários à perpetuação de toda a fauna do Planeta.



Antes de mais nada, gostaria de dizer que começar a desenvolver este trabalho contando um pouco das minhas experiências no dia a dia, no manejo e contato com animais selvagens é motivo de grande satisfação para mim, no instante em que posso transmitir a todos que acessem nosso site um pouco das emoções, das alegrias que vivo ao trabalhar com animais selvagens.

Assim, para começar nosso trabalho, nada mais instigante que falarmos das serpentes, em particular, as serpentes brasileiras. A partir de agora, vamos produzir diversas matérias em que todos poderão ter contato e aprender um pouco mais sobre algumas das diversas espécies que ocorrem em nosso país.

As serpentes pertencem à ordem Squamata e estão entre os animais que mais fascinam os homens, quer por sua beleza, quer pelo veneno que possuem, no caso daquelas peçonhentas. A relação que temos com as serpentes está diretamente influenciada pela cultura em que vivemos. Enquanto que no mundo ocidental já nascemos sendo atemorizados pela possibilidade de sermos picados por uma serpente (lembrem-se que foi uma serpente e não um mico-leão-dourado ou uma ararinha-azul que fez com que Adão e Eva fossem expulsos do paraíso), no oriente, a relação com esses animais é completamente diferente, de respeito (foi uma Naja que salvou Buda de morrer no deserto), adoração e, porque não dizer também, uma certa dose de irresponsabilidade, em alguns cultos em que as pessoas expõem suas vidas ao tocar cobras peçonhentas.

No Brasil, existem aproximadamente 260 espécies de serpentes e destas, apenas 40 são peçonhentas.. Contudo, apesar do grande volume de informações que possuímos, ainda hoje não é difícil encontrarmos pessoas que se referem a qualquer minhoquinha como "jararaca da braba" e, inevitavelmente liquidam com o pobre animal. Não há porquê ser assim. As serpentes existem em nosso mundo porque têm uma função definida na cadeia alimentar e não cabe a nós, reles humanos, munidos de arrogante antropocentrismo decidir eliminá-las a qualquer custo. Precisamos, antes de tudo, entender o meio e os seres com os quais nos relacionamos neste mundo.

Em busca da jararacuçu (Bothrops jararacussu)


Pelos motivos acima expostos, decidimos iniciar nossos trabalhos falando das serpentes brasileiras. Dentre as muitas espécies brasileiras que me fascinam, a jararacuçu (Bothrops jararacussu) é uma das que considero verdadeiramente espetaculares. Com um comprimento que pode atingir 2,20m nas fêmeas, é o exemplar mais impressionante dentro do grupo Bothrops. Para encontrar esses animais, decidi recorrer a um bom e velho amigo, professor de biologia em Santa Catarina, Amilton Berkembrock. Este meu amigo, residente em Blumenau-SC imediatamente topou ajudar-nos na produção dessa matéria e, uma vez feitos os contatos, em uma semana estava eu em Blumenau, louco para encontrar um belo exemplar de jararacuçu. Com a assessoria do Amilton, que conhece cada centímetro daquele Estado e daquelas matas, saímos em busca de nosso objetivo, realizar uma matéria com a Bothrops jararacussu. Contudo, porquê tanto mistério a respeito de uma serpente, e porquê em Santa Catarina? Explico: isso se deve porque ao longo de meu trabalho com animais selvagens, nunca encontrei jararacuçus tão grandes e lindas como em Santa Catarina. São um verdadeiro espetáculo, um show da natureza. Por isso fomos para lá.

Nem bem amanheceu o dia, já estávamos preparados para o excitante trabalho que tínhamos pela frente e em pouco tempo de caminhada, estávamos frente a uma fêmea de modestas dimensões para a espécie. Tratava-se de um animal de aproximadamente 1,5m mas que já servia aos nossos propósitos. Claramente uma fêmea, pois neste caso, há um acentuado dimorfismo sexual entre machos e fêmeas, sendo estas marcadamente amarelas e pretas, enquanto que os machos são marrom e pretos, além de consideravelmente menores e mais delgados.

O animal em apreço, como toda jararacuçu, mostrou-se valente, rápido e fazer as fotos com ela não foi nada fácil. Dada a rapidez do animal, eu tinha que cuidar de mim mesmo e das pessoas que estavam dividindo aquele trabalho comigo, de modo a não permitir que a serpente fosse para o lado deles. Ressalto que não há nada de loucura nisso e todo o trabalho para mostrar a espécie é feito de maneira extremamente técnica e profissional. Se eventualmente possa parecer que se trata de um ato de insanidade, o leitor pode ter certeza que não. A experiência, o longo tempo trabalhando com as mais diversas espécies de serpentes peçonhentas me permitem utilizar de estratégias que garantem a minha integridade física, das pessoas que trabalham comigo e principalmente, do animal. Para tanto, antes de qualquer coisa, tratei de consultar a rede de saúde local sobre a existência do soro anti-botrópico na região, o indicado para a situação, caso eu tivesse a infelicidade de ser picado por uma jararacuçu grande. É importante salientar que no Brasil, a cada ano 20.000 pessoas são picadas por serpentes porém, em apenas 0,43% dos casos ocorre a morte do paciente. Dentro do universo dos acidentes ofídicos, 75% são causados por exemplares do gênero Bothrops ( jararacas ), 7% por serpentes do gênero Crotalus (cascavéis), 3% por serpentes não peçonhentas, 1,5% por serpentes do gênero Lachesis (surucucus) e aproximadamente 0,5% por serpentes do gênero Micrurus (corais verdadeiras). Vamos tratar de cada um desses grupos, mas antecipadamente informo que por causa dos 3% de acidentes causados por serpentes não peçonhentas, muitas pessoas acreditam que que com chás, xaropes, etc se pode tratar a pessoa picada por serpente peçonhenta. Isso é um erro fatal. Os caso de "cura" atribuídos a algumas situações referem-se a a acidentes causados por serpentes não peçonhentas ou com peçonha pouco ativa no ser humano. Os riscos existem, é verdade e, na condição de indivíduo, dotado de livre arbítrio, com relação ao meu trabalho, cabe a mim corrê-los ou não, mas posso assegurar a todos que esse negócio de morrer não é comigo.

Assim foi que fizemos algumas fotos deste belo animal, retratando-o em toda sua beleza, como um dos animais mais espetaculares da mata atlântica daquela região. Apesar de estarmos em Santa Catarina, é importante dizer que a espécie ocorre no Brasil, Paraguai, Bolívia e norte da Argentina. A jararacuçu em geral é facilmente reconhecida, dado o grande porte e colorido da fêmeas, muito mais comuns que os machos na natureza. Além do porte, diferencia-se das jararacas comuns (Bothrops jararaca), entre outras coisas, pelo padrão de desenho em seu corpo (não vamos entrar em detalhes de folidose, etc.) e por possuir a parte superior da cabeça negra como um carvão. Essas características fazem com que seja inconfundível. Como outras espécies da família Viperidae, não põem ovos e sim dão Pelo seu tamanho, pode perfeitamente predar roedores de pequeno e médio porte. Sendo répteis, dependentes de uma fonte externa de calor, precisam aquecer-se ao sol ou sobre uma superfície quente para só então iniciarem suas atividades diárias. Por este motivo quando estamos no mato encontramos eventualmente as serpentes e outros répteis sobre uma grande rocha, tomando sol. Eles não estão fazendo nada mais que acumular energia. Se soubermos nos posicionar e sobretudo como nos comportar, de forma alguma representarão perigo.

Fotografamos a jararacuçu, mas a sorte não nos brindou com um dos grandes exemplares que estávamos procurando. Isso quer dizer que em breve estaremos voltando para lá para encontra-los. Muitos outros animais foram fotografados nessa matéria e serão mostrados nessa primeira etapa de nosso trabalho, de modo que possamos contribuir para que todos aqueles que acessem nosso site tenham maiores e melhores informações sobre estes incríveis animais. Quem quiser entrar em contato ou que queira tirar quaisquer dúvidas, é só escrever para nosso e-mail que teremos a maior satisfação em atende-los. Valeu!



TEXTOS EXTRAÍDOS DE:

http://www.saudeanimal.com.br/serpentes.htm
http://www.saudeanimal.com.br/serpentes_brasileiras.htm

O Dr. Francis Collins (foto) foi nomeado pelo Presidente Obama para ser diretor do National Intitute of Health. Veja as credenciais de Collins: (1) É um respeitável físico-químico; (2) atuou na medicina genética, sendo o arrojado líder do Projeto Genoma. Além disso, Collins em suas palestras usa suas habilidades para tentar harmonizar o inamornizável: ou seja, ele se diz cristão, mas ao mesmo tempo aceita as ideias darwinistas. Isso lhe dá uma terceira importante qualidade no secularizado e anti-Deus mundo científico: (3) Collins não é visto como um criacionista (como era o grande cientista brasileiro César Lattes), nem tampouco como defensor do Design Inteligente (como Michael Behe, autor de A Caixa Preta de Darwin).

Mesmo defendendo um Deus incapaz de milagres, um Deus cuja Palavra (na visão dele) não é exatamente verdadeira no que diz respeito às origens, haja vista que Collins aceita a evolução e crê que após esta Deus dotou o homem de intelecto e "alma"; mesmo assim, fazendo as mais imensas concessões ao Mamon do secularismo científico, Collins desperta suspeitas de muitos evolucionistas.

À semelhança de Torquemada, ou qualquer outro inquisidor que você queira imaginar, Samuel Harris, escritor do livro The End of Faith e fundador do Reason Project (fundação que defende valores secularistas e ateístas), considera perigosa a presença de Collins numa agência do governo que recebe 30 bilhões de dólares ao ano.

Todos os motivos de Harris têm a ver com as crenças de Collins (detalhe: não com suas qualificações), algumas das quais são:

1. A Terra foi criada há bilhões de anos; todo esse processo intrincado e evolutivo que chegou ao ser humano foi planejado por Deus.

2. Homens evoluíram, alcançaram o livre-arbítrio e sofrem as consequências de escolhas contra a vontade de Deus.

3. A evolução mostra um Deus que ama, é lógico e é consistente.

Harris acredita que um cientista que tenha um mínimo de fé em Deus, como Collins, pode comprometer a ciência, pois sua religião o incapacita de pensar cientificamente. Ele acha que Collins interferirá nos campos científicos que estão sob seu comando de forma ingênua, preconceituosa e não-profissional. Aliás, crer (mesmo que só um pouquinho) em Deus é irracional e perigoso para a sociedade, sugere Harris.

Mas a verdade mesmo é que Collins está levando muita pedrada, mesmo sendo extremamente solícito em aceitar o evolucionismo e colocar nele pitadas mínimas de fé cristã, acomodando a fé em Deus às teorias evolucionistas que são mais do que suspeitas no próprio meio evolucionista por carecerem de muitas evidências. Pedrada por pedrada, fogueira por fogueira, seria bom para Collins evitar esse complicado compromisso.

Mas, independentemente de eu mesmo discordar da fé limitante de Collins, caso ele seja um homem de integridade e caráter, buscando servir à nação como todo fiel cristão deve fazer, Deus lhe concederá vitórias e descobertas científicas e pessoais sem limites - mesmo tendo contra si as fogueiras da inquisição evolucionista.

O artigo de Sam Harris no The New York Times de 27/7/2009, questionando o profissionalismo de Collins, demonstra que o estabilishment evolucionista está a fim de acabar com a liberdade de expressão, neutralizar pela força (se necessário) os dissidentes, forçar os crentes em Deus (que são a esmagadora maioria da população americana e mundial) a se submeterem ao estereótipo de ignorantes e anticientíficos.

Talvez o ódio de Harris venha do fato de que a maioria dos pais fundadores dos Estados Unidos eram cristãos; que muitos cientistas que enfrentaram o estabilishment no passado, como Galileu, Mendel, Von Braun eram também cristãos. E, caso persista a liberdade de expressão com blogs, internet e tudo, vai ser difícil domesticar a mente das pessoas. A liberdade de expressão vem da primeira emenda americana, uma cláusula que ajudou em muito as minorias religiosas, que exigiu ética das maiorias e provocou mudanças radicais a partir das novas ideias que pela sua força argumentativa ficaram no páreo. E esse páreo não admite barrar alguém por litmus test, traduzindo, por motivo de crença. Esse páreo permite a um único indivíduo pensar diferente de todo o país, se assim desejar. Nesse páreo, as ideias mais fortes sobrevivem pela força da verdade comprovável que trazem, não pela ostentação de poder político ou de opiniões de alguém que supostamente está acima da população em geral.



A intolerância tem como espadas a opressão e a manipulação de meios. A liberdade tem como espadas a verdade, a coragem e a ousadia.

Em suma: se a intolerância evolui, a liberdade também. Só que, como sempre na história, armada ou desarmada, a Liberdade é mais forte.

(Sílvio Motta Costa, professor da rede pública em Campinas, SP)



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